Foto de Marcos Tristão
Clique aqui para ler a reportagem publicada no GloboOnline.
Moro numa simpática vila residencial situada em uma encosta perto do Centro da cidade do Rio de Janeiro. Daqui, sou testemunha ocular do famigerado "Milagre do Crescimento".
A rua de cima, até pouco tempo, era o limite de uma favela que agora cresce sem parar. A cada semana novas casinhas vêm sendo construídas e a possibilidade de invasão dos terrenos dos moradores da vila é real.
As duas laterais da ruazinha já foram tomadas: De um lado, uma bem montada boca (dizem que é o melhor pó do Rio!), uma igreja evangélica e um boteco mal cheiroso ocupam o que há 20 anos era um campinho de pelada. Na outra extremidade da rua, a comunidade cresce a olhos vistos e, a cada dia, uma nova casa é levantada. Um espanto!
A Rua Itapiru, que divide as "turmas", é constantemente bloqueada pelas forças do Estado, enquanto no céu, helicópteros não cansam de sobrevoar a área, em busca de algo. Vivemos um permanente estado de violência, parece uma "Guerra Civil".
Vejo tudo isso e fico triste. Sei que em breve nossos quintais serão invadidos por estacas de sustentação dos casebres da "rua" de cima e seremos alvo de todo o lixo da comunidade, como se não bastasse as balas que zunem por sobre as nossas cabeças.
Lembro dos tempos em que jogávamos bola no "larguinho" da esquina e a vida era mais tranquila. Podíamos passear de bicicleta sem medo de levar um teco. Hoje, pessoas que nunca vi cruzam por mim e nem se dignam a dar "bom dia" e ainda olham de cara feia!
Sinceramente, não sei onde vamos parar. Aliás, sei sim...
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