A tarde de sábado é sempre uma ótima oportunidade para se curtir uma praia, ainda mais se o dia estiver lindo e rodeado de amigos do peito.
Admito que eu costumava fazer corpo mole para ir à praia. Afinal, encarar a Grajaú-Jacarepaguá, engarrafamentos monstruosos etc. me desanimavam. Além disso, branco do jeito que sou, não posso me dar ao luxo de pegar o sol brabo, mesmo com protetor, barraca e todos os cuidados necessários.
Minha mulher, ao contrário, adora praia e sua pele de filha de bahiana aguenta bem o sol escaldante do Rio de Janeiro. Assim, para me convencer, ela montou um esquema infalível: formou um grupo grande, formado por nossos melhores amigos e assim, a praia passou a ser um evento bacanudo para mim.
Uma dessas belas tardes, após enfrentar um trânsito monstruoso, conseguimos chegar na "nossa praia" (no Recreio, em frente ao muro da Reserva Ambiental). Local tranquilo e geralmente menos lotado.
Estacionei o Chevette Hatch azul e, ao chegar na areia, não resisiti. Ao ver aquele marzão lindo e convidativo, largamos as tralhas e corremos para a água. Eu, minha mulher e o Bê, que tinha ido com a gente. Juntos, entramos correndo na água e furamos a primeira onda que encontramos.
Isso foi um erro.
O mar estava mexido e, sem reparar, mergulhamos exatamente num canal com uma correnteza que nos arrastou para longe da praia e continuava a nos puxar cada vez mais.
A minha gata foi a primeira a perceber a roubada em que nos encontrávamos. Avisou que não estava conseguindo voltar e pediu socorro a um surfista que estava perto. Conseguiu uma carona bacana até a areia, segurando na prancha do cara.
Lá ela mobilizou a galera que chamou um salva-vidas.
Enquanto isso, eu e Bê continuávamos tentando voltar, sem sucesso e já cansados. A corrente do canal era muito forte.
O salva-vidas entrou correndo na água, nadou nadou e, ao chegar perto de mim, ao ver o cara mais branco da praia, louro e de olhos azuis gritou:
"-Falas português?"
Eu, quase me afogando, ri e falei que sim.
Ele então mandou a gente nadar para a esquerda, que tinha um banco de areia.
Foi o que fizemos.
Depois do susto, aprendemos uma lição: Jamais devemos entrar afoitamente no mar, mesmo se aparentemente, estiver tranquilo.
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